Voluntariado
No sábado passado, dia 11, duas médicas partiram em mais uma missão de
voluntariado para a Guiné. Vão trabalhar nos centros de recuperação nutricional e nos centros de saúde de Bubaque e
de Empada, em conjunto com as Missionárias da Consolata. No caso de uma delas é
a segunda missão: a nossa antiga aluna, Maria João Nuno Lopes, volta a África
com o seu generoso coração para ajudar. Já esteve em missão na Costa do Marfim.
Cheia de ilusão partilha agora a viagem com uma colega a quem passou o
bichinho. Prometem dar notícias do seu dia a dia num blogue (https://medium.com/wannacome)
ou nas redes sociais (https://medium.com/wannacome) se a internet
não lhes pregar partidas. Mas o melhor é ler o primeiro texto. Mais virão.
“O sol caminha devagar…
mas atravessa o mundo”
São humidade e calor.
Definitivamente estas são as primeiras sensações que experimentei quando pisei
solo africano pela primeira vez… e quando chegámos à Guiné-Bissau foi mais uma
vez isto. Estranha-se e entranha-se. Entope os poros.
Hoje o dia foi assim. De sensações e
de nos deixarmos “entranhar”. Chegar a Bissau, onde estamos atualmente e onde
ficaremos até terça-feira, exige um período de “habituação”. Claro que podem
pensar: “Mas habituação do quê? Mudaram de país e, vá, de continente mas…
deixem-se de coisas!”.
Os semáforos, o café com a amiga X
que não pode esperar mais, a roupa que tem de ser estendida impreterivelmente hoje,
o trânsito em hora de ponta, o prazo de entrega do trabalho que tem de ser
cumprido, o caminhar apressado de quem tem que chegar ontem, o telemóvel
apelativo que soa mais do que devia… tudo! Enfim, tudo isto vive em nós e exige
ser desalojado quando se aterra num país como a Guiné.
Um grande amigo nosso (que é também
padre da Consolata e nos preparou para esta missão) diz muitas vezes: “os europeus têm o relógio, os
africanos o tempo”.
E é assim. Hoje foi o dia de
desligar o botão do relógio e ligar o do tempo. Foi de abraçarmos as pessoas
que nos receberam e de nos dispormos a ouvi-las, a estar sem pensar se estamos
2 minutos atrasadas para o almoço. Hoje foi o primeiro de muitos dias no ritmo
de um povo que só conhece o ritmo da dança que lhes corre nas veias.
Estamos felizes!
Obrigado a todos por todo o apoio!”
Maria João Nuno Lopes
Vejam este vídeo no Youtube:
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