Mesmo
sem conhecer as conclusões do Conselho Pedagógico de hoje, a discussão na ESAAG
sobre o PERFIL DOS ALUNOS permite algumas reflexões que as conversas entre
professores vão revelando.
Em
primeiro lugar o documento agora em análise pública constrói a imagem de um
aluno ideal e utópico, em que o conhecimento científico, as artes, as
tecnologias, a comunicação jogam em conjunto para formar o puzzle de um homem
capaz de enfrentar os desafios do séc. XXI, um “homem completo”.
Em
segundo lugar, embora não haja áreas disciplinares privilegiadas em
protagonismo relativamente a outras, parece claro que são valorizadas no
documento as áreas transversais e que podem realizar as aprendizagens através
de trabalho de projeto. A aprendizagem por disciplinas deve libertar assim tempo
para disciplinas do tipo da Área de Projeto. É esta uma das preocupações de muitos professores, inquietos com a estabilidade da profissão.
Para
além disto, é estranho que a discussão do PERFIL se faça ao mesmo tempo que se
prepara já a entrega de 25% do currículo às escolas (currículo flexível). Vamos já no caminho do
PERFIL antes de o aprovar? É que o Perfil prevê que o desenvolvimento curricular
nasça a partir dos princípios e valores aí formulados (ainda não aprovados).
Finalmente,
um Perfil do aluno que se supõe avançado prevê evidentemente um Perfil de
Escola novo, um novo perfil de professor, de encarregado de educação, de
edifício escolar, etc. Passamos agora a essa discussão? Ou será que tudo aquilo
que está no Perfil já estava nos documentos da atual estrutura curricular? Pelo
menos subentendido, parece que sim.
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