quarta-feira, 9 de agosto de 2017

EXPRESSÃO 25 ANOS (11) Um número por Timor


No início do ano letivo 1999/2000 a sociedade portuguesa estava entusiasmada pelo destino de Timor. Grandes manifestações, também na Guarda, criaram o ambiente para a cedência dos indonésios e a inativação das milícias pró-indonésias. A altura era de luto pelos mortos e o EXPRESSÃO vestiu-se de preto depois de uma grande manifestação na Guarda.
No número de novembro de 1999 do EXPRESSÃO os alunos falaram da manifestação dos estudantes em setembro, escreveram cartas a timorenses e alguns fizeram poemas. Aqui ficam dois dos poemas apresentados, com o mesmo título, um do professor José Manuel Monteiro, ainda hoje na ESAAG, e outro da Rita Vilar, agora dentista na Guarda.

POR TIMOR
Quando a terra se tinge de vermelho e a raiva incontida explode,
Quando a água empalidece de sangue e o mar grita fúrias revoltadas,
Quando a montanha acolhe os que os bárbaros escorraçam das cidades,
Quando as árvores abrigam os exilados das casas destroçadas e saqueadas,
Quando a razão já não esconde a emoção e a injustiça brada sempre mais alto,
Quando o dinheiro, as armas e o poder se impõem pela força à razão,
Onde estás, humanidade,
que não vejo em ti mais que horror, indiferença e barbaridade?!
Onde estás, ó RAZÃO,
que não sinto em ti mais que frieza, impiedade e ambição?!
(José Manuel Monteiro)

POR TIMOR
Por Timor
chorei
sofri
gritei
lutei
usando a força da palavra.
Por Timor
vesti de luto o coração
e quase acreditei que para o Homem
não há perdão.

Por Timor
vesti de branco a esperança
e o raio de sol aconteceu
da força da palavra
da força do amor
na Pátria Timor.

(Rita Vilar)

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