No início do ano letivo 1999/2000 a
sociedade portuguesa estava entusiasmada pelo destino de Timor. Grandes
manifestações, também na Guarda, criaram o ambiente para a cedência dos
indonésios e a inativação das milícias pró-indonésias. A altura era de luto
pelos mortos e o EXPRESSÃO vestiu-se de preto
depois de uma grande manifestação na Guarda.
No número de novembro de 1999 do
EXPRESSÃO os alunos falaram da manifestação dos estudantes em setembro, escreveram
cartas a timorenses e alguns fizeram poemas. Aqui ficam dois dos poemas
apresentados, com o mesmo título, um do professor José Manuel Monteiro, ainda
hoje na ESAAG, e outro da Rita Vilar, agora dentista na Guarda.
POR TIMOR
Quando a terra se
tinge de vermelho e a raiva incontida explode,
Quando a água empalidece de sangue
e o mar grita fúrias revoltadas,
Quando a montanha acolhe os que os
bárbaros escorraçam das cidades,
Quando as árvores abrigam os
exilados das casas destroçadas e saqueadas,
Quando a razão já não esconde a
emoção e a injustiça brada sempre mais alto,
Quando o dinheiro, as armas e o
poder se impõem pela força à razão,
Onde estás, humanidade,
que não vejo em ti mais que horror,
indiferença e barbaridade?!
Onde estás, ó RAZÃO,
que não sinto em ti mais que
frieza, impiedade e ambição?!
(José Manuel Monteiro)
POR TIMOR
Por Timor
chorei
sofri
gritei
lutei
usando a força da palavra.
Por Timor
vesti de luto o coração
e quase acreditei que para o Homem
não há perdão.
Por Timor
vesti de branco a esperança
e o raio de sol aconteceu
da força da palavra
da força do amor
na Pátria Timor.
(Rita Vilar)
0 comentários :
Enviar um comentário
Os comentários anónimos serão rejeitados.