Na sequência da participação de duas turmas do ensino secundário numa sessão de escrita criativa, promovida pelos professores de Português, os alunos foram desafiados a subverter um conto tradicional que tivessem na memória, adaptando-o à atualidade. Assim surgiu o texto que se segue, da autoria de Rita Fernandes (12º F).
Carochinha era uma mulher jovem que tinha o sonho de, um dia, encontrar o seu “príncipe encantado” e viver feliz para sempre.
Carochinha era uma mulher jovem que tinha o sonho de, um dia, encontrar o seu “príncipe encantado” e viver feliz para sempre.
Certo dia, encontrava-se triste e desanimada, deitada no
sofá, pensando que, provavelmente, nunca iria conhecer o seu amado. Começava a
mentalizar-se de que nascera sem sorte para o amor e, assim, passaria o resto
da sua vida sozinha, apenas com a companhia dos seus felinos: Tareco e Serafim.
Entediada, Carochinha não se cansava de mudar de canal, queria distrair-se com
a sua televisão e esquecer a tristeza e angústia da sua vida.
De repente, a sala da jovem rapariga ficou iluminada por um
forte raio de Sol. Nesse momento, passava na sua televisão um anúncio: “Ligue o
760 760 760 e ganhe 30.000 euros. Mude a sua vida!”. Carochinha não
pensou duas vezes: levantou-se do seu sofá, sacudiu as migalhas que tinha no
pijama e pegou, apressadamente, no telemóvel. Naquele instante, sentia que era
o seu dia de sorte. Passados cinco minutos, o telemóvel tocou. Carochinha ficou
estupefacta quando atendeu e soube que tinha sido a feliz comtemplada do
concurso.
Saiu à rua e gritou bem alto e com os bolsos cheios de
dinheiro: “Quem quer casar comigo?”. Vários rapazes foram ter com ela e
aceitavam o seu pedido. No entanto, Carochinha era uma mulher muito exigente e
rejeitava todos os homens que vinham ter com ela, ou porque tinham uma voz
muito grossa, ou porque não tinham um carro de alta cilindrada, ou porque
tinham um iPhone 4 (já muito
desatualizado), etc. Apareceu, por fim, um rapaz alto e elegante chamado João
Ratão, que correspondia aos desejos da jovem Carochinha. Era rico, bonito e
conhecia as últimas tecnologias.
Carochinha e João Ratão casaram e foram passar a lua-de-mel às
Bahamas. Ficaram instalados no melhor hotel da zona, perto da praia, onde iam
todos os dias. Ratão ficara impressionado com os surfistas que via no mar e,
assim, decidiu aproximar-se mais deles para os ver melhor, ficando a Carochinha
sozinha na sua toalha. Estava tão entretido com as manobras dos surfistas que
não se apercebeu de uma onda gigante que vinha na sua direção. Em menos de
cinco segundos, João Ratão foi engolido pela enorme onda e nunca mais foi
visto. Carochinha, que tinha assistido a tudo, ficou muito deprimida e passou o
resto dos seus dias com os seus amigos Tareco e Serafim, empanturrada com
pipocas.
Rita Cabral Fernandes (nº22, 12ºF)
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